As pessoas sempre esperam de nós mais do que, muitas vezes, podemos oferecer. E não aceitam nossas escolhas. Não podemos ser nós mesmas, temos sempre que representar aquilo que os outros esperam de nós, sob pena de sermos excluídas de seu rol de afinidades. E não importa qual seja o grau de proximidade que estas pessoas tem para conosco... nossas escolhas e decisões de nada valem para elas, se estas não estiverem de acordo com o que elas pensam ou acham serem corretas. Não importa que nossas decisões, nossos desejos, em nada influenciem em suas vidas. Todos determinam como as pessoas que gravitam em seu redor devem proceder e pronto. Você tem que aceitar o padrão comum. Não importa o quanto você já fez ou ainda faz em prol dessas pessoas. Para elas, não faz diferença. A diferença é como você age.  Elas até podem te tolerar no dia a dia... afinal, você pode ir preparando seu terreno aos poucos, até que seu círculo pessoal entenda o que você realmente deseja fazer, como deseja agir... mas tolerar não significa aceitar. E a todo momento você será atacada por aqueles que lhes são mais caros. Algumas vezes direta, outras indiretamente. Mas os ataques virão de todos os lados. Não é de se admirar que a maioria das pessoas acabe procurando ajuda de psicólogos, psiquiatras e afins... afinal, se todas as pessoas à sua volta estão te crucificando, isso quer dizer que há algo errado contigo. E você acaba entrando em um turbilhão de emoções contradizentes, perdida em seus próprios sonhos e pensamentos, sem saber exatamente como agir... se você decide ser verdadeira e viver sua vida... afinal ela é única e quando você partir, suas experiências terão sido suas e apenas suas... não tem como dividi-las com ninguém, por mais que este seja seu desejo... depois de algum tempo todas essas pessoas que gravitam ao seu redor nem se lembrarão por que seu jeito de ser, sua forma de agir as incomodava tanto. Mas enquanto você está nesse plano... meu Deus, como você incomoda as pessoas, simplesmente porque você existe e quer viver em toda a sua plenitude. Mas as pessoas não te dão esse direito. Você tem que agir conforme a cartilha que rege a vida em sociedade e acabou. O grande problema é que você não se enquadra nos ditames dessa cartilha, mas esse é um problema seu... trate de se enquadrar ou sofra as consequências...

Na vida em sociedade existem verdades absolutas que você deve seguir, sob o risco de tornar-se um pária no grupo ao qual pertence. E não estou falando de grandes grupos sociais, na verdade me refiro ao primeiro de todos, dos quais você virá a fazer parte no decorrer de sua vida. Este primeiro grupo tem as suas verdades estabelecidas já a gerações... e essas verdades são simplesmente intocáveis. São paradigmas estabelecidos a muito tempo e que norteiam a forma como cada membro do grupo deve agir. Ou seja, embora nos ensinem desde a mais tenra idade que existe algo chamado livre arbítrio, tal coisa não existe na prática... pois se você decide agir de forma não prevista... ou não aceita pelas regras vigentes em seu grupo, será simplesmente excluída deste, de uma forma sutil... mas tão sutil que os próprios membros não se dão conta do expurgo que estão a fazer...

Muitas vezes as pessoas se queixam da sensação de não pertencimento ao primeiro grupo social a que foram inseridas... o que é irônico, uma vez que é neste grupo que as pessoas deveriam ser acolhidas com todo carinho... esse deveria ser seu porto seguro. Mas muito cedo o indivíduo descobre que, no oceano da vida, não existem portos seguros... e que o preço a pagar  pelo simples fato de ser diferente daquilo que esperam de você  por vezes é alto demais...