Hoje vamos falar de mais uma super heroína. Da terceira mulher a ser eleita no Brasil. Da primeira (e única, até hoje) parlamentar negra, eleita como Deputada Estadual no ano de 1934 por Santa Catarina...

Nasceu em Desterro (hoje Florianópolis), filha de Catarina Waltrich (escrava liberta) e de pai desconhecido. Catarina tinha três filhos e os sustentava com seu trabalho de lavadeira, além da renda de uma pequena pensão para estudantes. Antonieta aprendeu a escrever com os pensionistas de sua mãe. Alfabetizada, mergulhou por conta própria no universo dos livros, onde encontrou um novo mundo, cheio de esperança.

Com 17 anos era professora formada e fundou o curso particular "Antonieta de Barros", cujo objetivo era combater o analfabetismo de adultos carentes. Ela acreditava que a educação era a única forma de libertar os desfavorecidos da servidão. Bem, sua fama de excelente profissional abriu-lhe as portas do Colégio Coração de Jesus, Dias Velho e Catarinense, onde passou a lecionar para os filhos da elite...

Sempre defendeu a Educação. E isso fez com que ocupasse as páginas dos jornais como cronista. Em 23 anos escreveu mais de mil artigos e criou a revista "Vida Ilhoa".

Escrevia sobre Educação, os desmandos políticos e a condição feminina. Pregava sempre que as mulheres não podiam nem deviam ser "virgens de ideias".

Era respeitada por todos por seu espírito de justiça, fazia-se ouvir em uma época em que as mulheres eram silenciadas.

O projeto de Lei que criou o Dia do Professor e o feriado escolar nesta data foi de sua autoria, em Santa Catarina. Vinte anos depois, o Presidente João Goulart oficializou essa data no país todo. Ah, sim...também criou leis sobre a concessão de bolsas de estudo para alunos carentes e concursos públicos para o magistério... tudo isso para elevar o ensino público e evitar o apadrinhamento na hora de contratar novos docentes...

Muito se poderia falar dessa mulher excepcional que, de 1929 a 1951, escreveu para oito jornais diferentes... mas nunca falou sobre sua cor...