"O tempo perguntou para o tempo
Quanto tempo o tempo tem
O tempo respondeu ao tempo
Que não tem tempo
De ver o tempo que o tempo tem..."

Essa quadrinha, que aprendi ainda criança, ilustra bem nossa relação com algo sobre o qual não temos controle... o tempo. Ele flui através de nossos dedos como um punhado de areia, que escorre por nossas mãos até nada sobrar...
Ele rege tudo em nossa vida. Até tentamos controlar, mas não temos controle algum. Contamos as horas, os dias, os meses... mas sabemos realmente o que estamos fazendo? Sabemos que está presente, mas não sabemos quais mecanismos podem nos dar o controle sobre ele... aliás, até sua existência é questionada. Alguns cientistas dizem que o tempo simplesmente não existe...
Para algo que não existe, é muito presente em nossas vidas. Afinal, estamos sempre correndo, tentando encontrar tempo para cumprir algum compromisso inadiável... e são muitos os nossos compromissos... é verdade que são importantes apenas para nós... as outras pessoas ao nosso redor até questionam o tempo que dedicamos a alguma atividade... e o pior é que nós também costumamos fazer isso...
A única fase de nossa vida em que não nos preocupamos com a passagem do tempo é a primeira infância. Porque, quando começamos a entender o mundo ao nosso redor, o tempo ganha uma importância sem igual ... é hora de fazer lição... hora de comer... hora de tomar banho... e o mais importante... hora de brincar... e logo vem a hora de dormir. A hora que a criança se reúne com seus pais é a hora da festa do dia...principalmente nos dias de hoje, quando o casal passa o dia todo fora e a criança geralmente só os vê à noite, cansados de um dia de labuta, de corrida contra o... tempo...
E assim seguimos a vida ... corremos contra o relógio, na vã esperança de conseguir vencer nosso maior vilão... e herói! Sim, pois o tempo, na mesma hora que conspira contra nós (oh, pretensão! Como se Cronos estivesse preocupado um pouquinho que fosse conosco!) muitas vezes também corre em nosso auxílio... claro que nem sempre percebemos essas nuances... mas o tempo não seria o tempo se conseguíssemos compreende-lo, não é mesmo?